Já não sei em quantas cartas vou, devo ir já em algumas, e eu sei que prometi a mim mesma escrever-te muito, escrever-te até ao fim, mas sem dar por nada eu deixei aquele amor louco por ti para trás. Eu não me esqueço o quanto significaste para mim, eu não o faço, prometo. Mas as coisas começaram a tornarem-se no que realmente são. Tu desapareceste por completo. Eu vi-te a ir, no inicio foi a coisa mais difícil que já tinha feito, depois tornou-se rotina e perdeu o empacto que tinha tão forte. Durante um ano e quase cinco meses eras das coisas mais tocantes no meu coração, hoje um ano e quase sete meses és memória. Não perguntes como nem porquê, apenas assim te tornas-te. Se calhar tinhas razão, e mais uma vez eu vou repetir, o tempo cura tudo. Curou? há probabilidade. Sarou? até ao fim. Deixou cicatrizes? muitas. Tornou-me mais forte? completamente. O que não mata torna-nos mais fortes ou então destrói-nos.